Enlouquecimentos Cotidianos

Apagaram a luz.
Agora os monstros criaram asas [e vida] e passeiam livres ao meu redor.

Tateio em busca do abajour que não acende. Convivo.

Sei que não vão me machucar. Passeiam por aqui enquanto as gatas miam, incomodadas e prontas pra se defender. Todas a minha volta. “Eles” não nos farão mal.

Pernas, pés e braços entorpecidos, dormentes. Durmo, não bebo e rezo. São apenas medos…

Resta-me acender a luz e eles somem, escondem-se em algum canto escuro [que não sei] dentro de mim.

Ficarão lá, morrendo de inanição a cada sorriso, a cada amor, movimento, abraço.

Por um tempo, trocaremos de lugar. Eu passeio livre enquanto eles olham, até a próxima lua, tempestade ou escuridão.

Por hoje, convivo.

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