Inventando …

“Eu sempre gostei de inventar histórias…”

– Fábio Yabu –

alma de poeta

Dia desses, eu resolvi deixar a vaidade tomar conta do meu ser e se aventurar por aí. Deve ter sido mais ou menos nesse tempo que encasquetei com a ideia de escrever um livro meu. Nada muito rebuscado ou cheio de mistério e ficção, apenas um livro com crônicas acerca do cotidiano. No início, parecia sonho, relativamente simples, já que costumava escrever para blogs, trabalhos e até colunas de jornal, como Ghost Writer, tudo bonitinho, enquanto estava no sonho. Daí me meti nessa história de realizar. Danou-se. No melhor contexto Maísa, vi meu mundo cair. Minha auto crítica me pirou, a necessidade do “olhar alheio e aprovador” do outro, me fez voltar aos picos de ansiedade enlouquecedores que já havia esquecido no passado. Essa, foi apenas mais uma das minhas muitas invenções…

Num rompante de realidade nua e crua, percebi que estava embarcando numa dinâmica muito comum dos novos tempos: a idealização. Quando me dei conta, estava olhando para o mundo e para as pessoas que estavam virtualmente nele, pelos olhos glamourosos da invenção [vulgo, surto- pessoal- psicótico], embarquei na doideira de que algumas pessoas realmente eram fofas [daquela forma imaginária-genuína] e não apenas pessoas comuns e difíceis como todo reles mortal. Caí da escada da vida [literalmente] e, ao levantar fui obrigada a perceber uma verdade simples: estava completamente só.

No momento pós queda, para alívio imediato de primeiro grau, me dei conta de que não havia novidade na constatação do fato e segui em frente. Depois que uma realidade dolorida se faz ver, parece que várias outras ficam enciumadas e seguem o mesmo caminho, foi aí que percebi outra simplicidade: eu amo inventar estórias, mas parece que, inconscientemente também invento pessoas. Pego aquele coleguinha semi conhecido e vou transformando-o numa espécie de buda intelectual ou numa musa inspiradora…é…parecia que eu estava viajando na maionese [deliciosa] do mundo bacana.

Tratei de procurar uma reabilitação para o meu mal súbito que durou uns anos…ainda não estou curada, sigo imaginando pessoas melhores do que realmente são e, pra ser sincera…tenho muito medo de me curar. Talvez seja melhor tratar de escrever mais livros e mergulhar de vez na minha imaginação. Afinal, o que é realidade?