“Todo mundo é capaz de dominar uma dor,
exceto quem a sente.”
A dor, essa ingrata famigerada,
Veio me acordar antes do sol.
Apareceu com seus gritos lancinantes
Anunciando o término do efeito
Dos analgésicos.
Hoje resolvi desafiá-la
E num rompante de coragem-masoquismo
Dei-lhe movimentos, tarefas,
Desafios.
Vamos ver quem se derruba primeiro:
Ela ou eu.
Por hora, os entorpecentes estão guardados,
Tomei apenas minha dose de prazer líquido,
Levantei a cabeça, dei de ombros,
Um banho frio me ajuda a despistá-la
E sigo…me enganando que ela não está ali.
O dia mal começou
E meu dragão pessoal está aqui,
Soltando labaredas, tentando desesperadamente me intimidar.
Por hora estamos em pé de igualdade
Quanto mais ela arde,
mais eu vou em busca de “alívio”.
Enquanto aguentar,
Serei movimento, trabalho, distração
E até sorriso.
Por hoje, as máscaras de ilusão
Me servirão de auxílio.